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“Com a comunidade procuro fazer um trabalho que se torne referência, que inspire”

10/10/2024 às 20h25 Atualizada em 01/11/2024 às 21h27
Por: Vander Costa
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 Cachoeira Arco-Iris, Pedra da Viúva, Boi Janeiro (Fotos: Roberto Carlos Da Silva/Reprodução proibida)
Cachoeira Arco-Iris, Pedra da Viúva, Boi Janeiro (Fotos: Roberto Carlos Da Silva/Reprodução proibida)

A minha atuação de ativista social, neste momento, está praticamente focada em Cotaxé; porque entendo que não vale à pena se ocupar de tantas tarefas e no final não dar conta de nenhuma a contento, ou simplesmente deixá-las pelo caminho e por outro lado; decidi aprofundar com maior radicalidade esta minha atuação, que se iniciou a 15 anos, mesmo morando em Vitória até bem recentemente. Com isso acredito que podemos avançar bem mais em nossos objetivos.

Junto com a comunidade procuro fazer um trabalho que se torne referência, que inspire outros e desta maneira podemos contribuir de maneira mais ampliada. Neste caso procuramos encontrar aqueles elementos que fazem parte da cultura, da história local (o Boi Janeiro, a luta dos camponeses posseiros, a Banda Xé, as cavalgadas), aquilo que de fato dá liga e unifica as pessoas, ainda que sejam negligenciados, ou passe por despercebidos por muita gente.

Não é difícil de encontrar estes elementos que dão coesão social, que ajudam a forjar a identidade cultural em outros distritos, como por exemplo, a capoeira de Santa Luzia do Norte, a Dança da Fita em Imburana, a Roubada da Bandeira em Prata dos Baianos, o carnaval de Itapeba e Joassuba. Este é atravessado lindamente pelo rio Dois de Setembro e muitas pessoas o utilizam para tomar banho, mesmo ele recebendo em seu leito, o esgoto doméstico de Ecoporanga sem tratamento. Não sei se isso ocorre em outros lugares, mas é o caso de se verificar.

O tratamento de esgoto beneficiaria muitíssimo Joassuba no seu potencial de local para receber banhistas. Para além deste distrito, temos as cachoeiras, Bonita, das Flores, dos 3 Tombos, por onde passam a água contaminada e que também não deixam de receber os seus visitantes. A própria cidade se valorizaria se alguma coisa fosse feita para sanar este problema, que acredito não ser dos mais difíceis de resolução.

Um dado importante, que vale à pena ressaltar, o Braço Norte do Cricaré passa em nosso distrito e Itapeba e a vida dos seus moradores está muito ligada a este rio, que nasce no estado de Minas Gerais, atravessa todo o extremo norte capixaba e representa a segunda bacia hidrográfica mais importante no nosso estado e o que percebemos é que há pouco cuidado com ele. Somos o terceiro maior município em dimensão territorial e só por isso já poderíamos fazer um belo trabalho de revitalização do mesmo, contando apenas com o nosso tamanho, sem deixar de cobrar dos demais. Não dá para ver este rio todo assoreado, sem proteção alguma de mata ciliar e continuarmos não fazendo nada para mudar esta realidade tão perversa.

Com estes exemplos que dei é possível identificar a questão da cultura, meio ambiente, turismo, saúde, de maneira integrada. Podemos citar ainda as modalidades de esportes radicais possíveis em locais de montanhas como o nosso, voo de asa delta e parapente e a prática do rapel. Os distritos citados é porque são aqueles que acabo os identificando com algum traço que os demarcam bem e que pode se tornar o canal, por onde podemos nos conduzir para fazermos um trabalho de fortalecimento comunitário.

Uma experiência bem-sucedida em Cotaxé, que vai nos exigir um bom tempo ainda e bastante empenho, nos permitirá contribuir bem mais com outros locais. Contudo, desde já, estou aberto para dialogar com as pessoas que queiram fazer o melhor para a sua comunidade, ou pela cidade como um todo, porque acredito que a luta de Santa Luzia, assim como de Joassuba, Cotaxé, ou qualquer outro distrito, tem que ser de todos nós.

Em Cotaxé pretendemos criar uma associação que venha contribuir com este processo de fortalecimento da comunidade. É importante que cada uma tenha a sua entidade representativa e sendo possível congregar todas elas numa federação, isso nos fortaleceria muito mais, pois ao invés de lutarmos sozinhos, lutaríamos juntos, pois o suposto pleito do outro é o pleito de todos nós.

Precisamos nos organizar e perceber por nós mesmos os nossos valores, os nossos potenciais, e são estes que vamos priorizar ao nos reportarmos ao poder público, até porque temos que saber mais do que este o que é o melhor para nós. É pensar num movimento de baixo para cima, que provoca, diferente do esperar passivo, que aguarda que as coisas caiam milagrosamente do céu.

Uma vez fazendo a nossa parte, podemos interpelar o poder público para fazer os investimentos que melhor nos atendem e num município como o nosso, é interessante pensarmos na estruturação de um calendário cultural e esportivo e que as nossas lideranças políticas estejam empenhadas neste mesmo propósito, inclusive de termos uma “Casa da Cultura” na nossa cidade, um local acolhedor e que propicie a formação artística em vários campos, para todas as faixas etárias. Um local que inclusive sirva para apresentar, divulgar, o nosso município, em cada cantinho seu, na sua diversidade cultural, conectada com o meio ambiente, turismo, esporte, lazer e saúde.

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Sobre o blog/coluna
Vander Antônio Costa é bacharel-licenciado em filosofia pela Ufes. Publicou seis livros autorais. Um destes está disponível na internet, “Bota Fé”, que fala sobre seu álbum musical, com mesmo título. Organizou o livro “Palavras do Cotaxé”, com vários autores e autoras. Coordenou a realização dos seis Seminários das Humanidades em Cotaxé, onde foi criado um Ponto de Memória em 2021, através de edital da Secult-ES.


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