A 21 anos atrás, eu estava lançando o meu primeiro livro, “Poesia Provisória”. Ao todo, são sete: quatro de poemas; um sobre o meu trabalho musical, disponível na internet; um que organizei sobre os nossos seminários em Cotaxé e; este que lancei em Vitória e acabo de lançar em Ecoporanga, “Cabritagens, Desassombros e Algumas Ternuras” (crônicas).
No geral, estes livros foram lançados primeiramente em Vitória e num segundo momento, Ecoporanga, com exceção daquele que ficou disponível somente na internet e “Palavras do Cotaxé”, que foi lançado primeiro neste distrito, no VI Seminário das Humanidades. Depois disso, como em situações anteriores, o lançamos em Vitória e em seguida, em nossa cidade.
Estes lançamentos todos, me deixaram lembranças bem marcantes. O primeiro por exemplo, o lancei no corredor do prédio do IC-III, no Centro de Ciências Humanas e Naturais da Ufes, em frente ao Centro Acadêmico de Filosofia, com apoio dos colegas do curso e neste caso, destaco o apoio da amiga Lisa Alvarenga, que fez questão de me apoiar, comprando por sua conta, as bebidas e salgadinhos, servidos aos nossos convidados.
Nesta ocasião, algo também inesquecível, foi ver o então professor Pedro Luchi, ou padre Luchi, comprar o meu livro e entrar na fila para pegar a minha dedicatória, coisa que nos engrandece e nos motiva bastante, pois se tratava de um professor muito erudito e que ninguém duvidava da sua capacidade, dedicação, honestidade intelectual, mas também da sua humildade, sem perder nunca a altivez.
O lançamento do segundo, se deu no bar do saudoso Ney, Rua 7, Centro de Vitória, quando tivemos autorização para fechá-la naquele trecho e contou com a presença de muita gente, que encheu o local, num dia daqueles que tinha de tudo para ficar esvaziado.
De Ecoporanga estavam a mana Ângela, que ficou na venda dos livros, além dos irmãos e sobrinhos que moram em Vitória, assim como o ex-prefeito Paulinho Bonfim, o Careca, que não é careca e me presenteou com uma camisa dos “Ecoporanguenses Ausentes” na ocasião, o Jelcimar, um pouco mais velho que eu, amigo de longas datas, ainda do Córrego da Boa Vista da Dourada, de família com ligação forte com a minha. Atualmente é morador de Cariacica.
O terceiro foi muito marcante pela presença da saudosa professora Leusneide, no auditório da Secretaria Municipal de Educação de Ecoporanga. Ela teve a iniciativa de montar um belo cenário para aquela ocasião e declamou alguns de meus poemas. Mulher vigorosa, animada, autêntica, uma pessoa verdadeiramente das artes.
No lançamento do quarto livro, num espaço aberto da Thelema, Centro de Vitória, durante a pandemia, tivemos um público considerável, amigos e amigas, familiares, que tomando todos os cuidados, não deixaram de comparecer.
Já no lançamento de “Palavras do Cotaxé”, em Ecoporanga, no Hotel, Bar e Restaurante do Dico, um grupo de amigos e amigas da Grande Vitória, se dispuseram a vir comigo, quando lotamos uma Topic. Na ocasião, aproveitaram para visitar Cotaxé e doar um memorial em homenagem à luta dos camponeses e os moradores em geral. Nunca imaginei que um dia, no lançamento de um livro meu, tantas pessoas bacanas. me acompanhariam até a minha cidade.
O lançamento deste último, em Vitória, no Triplex Vermelho, casa cheia, em meio a tantas figuras especiais, uma acabou chamando muito a minha atenção, o Caranguejo, amigo Josimar, colega do ensino fundamental, mais um conterrâneo, presente em duas de nossas crônicas, que tornou aquele momento ainda mais especial. Confesso que foi a surpresa mais agradável, que tive naquela noite.
Já em nossa cidade, mais uma vez no Dico, mesmo a chuvarada toda que desabou à noite, não impediu que tivéssemos um público muito representativo, educadores, familiares, amigos, amigas e personagens públicas importantes do nosso município. Mas aqui faço questão de citar a Naná, que me acompanhou de Cotaxé; O Gilson, vizinho de infância na Boa Vista, filho do “Cumpadi Hernandes”, como diria meu velho pai, que se deslocou do Córrego do Palmital, Barra de São Francisco e por último; o casal de amigos, pessoas muito especiais, Ismarly e Hélio e a filhota Heloisa, que saíram do Córrego da Dourada para nos prestigiar.
Esta relação com a minha terra e seus personagens explica muita coisa. Talvez, seja por isso, que no lançamento de “Poesia Provisória”, no então Pio XII, eu tenha tomado quase uma garrafa inteira de Martini durante o evento, o que me gerou dificuldades, pontos de minha fala arrastada não ficavam bem amarrados, o que me causou certa fadiga, quando resolvi dialogar com o público, que foi bastante compreensivo comigo. Enfim, fiquei chapado. Contudo, extraí daí, mais um aprendizado, bebida alcóolica não diminui tensão, não resolve ansiedade, pelo contrário, só piora as coisas.
Quero ressaltar, o quanto escrever tem sido importante, pelos momentos que este ato solitário tem nos proporcionado, ao celebrar os seus resultados, com tantas pessoas queridas. Isso dá sentido para a minha caminhada, amplia os meus horizontes e obviamente, eu poderia continuar falando de outras situações memoráveis, mas estas que apresentei, são suficientes para mostrar a dimensão disso na minha vida e de alguma forma, na daqueles e daquelas que usufruem deste trabalho, que me realiza imensamente.
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